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Com pensamento coletivo, Luander e Paula, encontraram uma solução criativa para
garantir alimentação e dignidade à população de baixa renda.

O projeto Mercado Solidário surgiu para assegurar que pessoas de baixa renda tenham acesso à alimentação de forma mais digna. No Mercado Solidário os alimentos são organizados em prateleiras e a população cadastrada pode ‘comprar’ o que precisa com os créditos que recebem, denominados Solidários, que são uma moeda personalizada. Na primeira edição meia tonelada de alimentos foi disponibilizada. Todos os alimentos e produtos são advindos de doações de empresas ou de pessoas anônimas.

Os idealizadores da ação são Luander Oliveira, formado em Publicidade e Propaganda na Unisc, e sua esposa Paula Lima, formada em Administração na Unisc. Já são dois meses desde o início do projeto e mais de 240 pessoas foram beneficiadas. “Nossa ideia é proporcionar mais dignidade às pessoas. Ao invés de simplesmente receber uma cesta básica doada, é possível escolher quais produtos mais necessita e levá-los para casa, usando os Solidários para comprar.”, afirmou Luander.

Além de ajudar as famílias a adquirir os produtos que necessitam, a ação ensina sobre consumo consciente, pois cada um leva para casa aquilo que realmente precisa e vai utilizar. O projeto é desenvolvido pelo grupo Filhos de Sião, que pertence à igreja Ministério Sião. Há mais de um ano o grupo também realiza uma Loja Solidária, onde a população carente pode comprar suas roupas com os Solidários que recebe.

“Ano passado nós iniciamos a Loja Solidária, por entender que o formato em que ocorrem as doações nem sempre são assertivas. Muitas vezes quem ganha as roupas não as utiliza por que não servem ou não se sentem bem com aquelas peças. A Loja dá mais dignidade para a pessoa olhar e escolher o que precisa e deseja vestir. Também acabamos reduzindo o desperdício das peças. Como foi um projeto que deu muito certo, desenvolvemos o Mercado Solidário”, contou Luander.

Um processo árduo de triagem é realizado nas roupas que vão para os cabides e prateleiras da Loja. As peças rasgadas, manchadas ou em más condições de uso são descartadas. A intenção é que as pessoas tenham a experiência de compra, escolhendo as roupas que gostam e precisam. Para Luander, o formato do projeto proporciona mais autoestima na população:

“o intuito sempre foi devolver a dignidade das pessoas, dar o poder de escolha e incentivar o consumo consciente. Muitas vezes as pessoas que moram na rua não tem acesso a uma experiência de ir em lojas. É isso que buscamos entregar”.

Para participar do Mercado Solidário ou da Loja Solidária é preciso se cadastrar na Ministério Sião. Depois de aprovada no cadastro, cada pessoa recebe, mensalmente, um crédito entre 20 e 35 Solidários, dependendo do número de integrantes na família. A maior parte dos produtos custa 1 Solidário. Além dos alimentos e roupas, existe uma seção de higiene e limpeza, com itens diversos.

A pandemia intensificou a fome na região e, por isso, o Mercado Solidário que era uma ideia a ser executada em longo prazo, foi antecipada. Mais de 200 pessoas estão cadastradas para serem atendidas no mês de dezembro, por isso, é necessário que haja doações. "Queremos seguir com essa ação por muitos e muitos anos, enquanto houver necessidade da população. Então, nosso grande desafio é seguir arrecadando doações para atender as demandas existentes”, adicionou Luander.

 

CRIATIVIDADE PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS REAIS

A concepção do projeto é dos jovens Luander de Oliveira e Paula Lima. Enquanto Luander realiza as etapas de relacionamento do projeto, buscando doadores e organizando as doações, Paula executa os cadastros e todas as questões legais. “Minha formação em Administração agrega muito para gerir os recursos e as pessoas. Cuido de toda a parte burocrática e coordeno a frente com os beneficiados. Os professores que tive na graduação me auxiliaram a adaptar a teoria para a prática”, completou Paula.

“Minha formação me incentivou a buscar soluções criativas para problemas reais. Eu e a Paula trouxemos muitos conhecimentos da Unisc para o Projeto, por exemplo, controle de estoque, organização das mercadorias, cadastros dos beneficiários, relacionamento com os doadores. Mas acredito que a maior lição foi sobre olhar para as necessidades da comunidade com empatia. A Universidade ajudou a desenvolver esse pensar no bem comum”, reforçou Luander.

E se o projeto já estava bem estruturado, agora será ainda melhor: um voluntário doou um sistema para o gerenciamento do projeto. Também foi doado um aplicativo móvel que será integrado ao sistema, o que vai facilitar o fluxo de entrada e de saída dos alimentos.

Com a evolução, os beneficiados pelo projeto vão receber um smart card NFC, que é uma espécie de cartão de crédito. Cada pessoa contemplada poderá administrar o seu limite do cartão ao longo das compras necessárias.

No futuro, com os dados gerados pelo sistema, a expectativa é desenvolver uma inteligência artificial que otimize a distribuição de alimentos

 

COMO PARTICIPAR DO PROJETO?

Para utilizar tanto o mercado quanto a loja solidária é preciso ser usuário dos programas sociais do município, como o Cadastro Único ou o Bolsa Família, por exemplo. A inscrição pode ser realizada através do WhatsApp (51) 99606 0454. O Mercado Solidário não entrega rancho, a pessoa contemplada precisa ir até a sede do ministério, na Avenida Assis Brasil, 536, Centro de Santa Cruz do Sul. As compras são liberadas sempre no segundo sábado do mês.

 

COMO DOAR PARA O PROJETO?

Para realizar doações, empresas ou pessoas, devem entrar em contato através do WhatsApp (51) 9 9606-0477. Para que o projeto siga beneficiando pessoas da comunidade, é necessário que sigam ocorrendo doações constantes.

Fotos: Divulgação do Projeto.

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